quarta-feira, 18 de novembro de 2009

em resposta;

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18 de Abril de 2023
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Amado doce,
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não me pergunte o por quê, mas assim que vi o envelope verde deslizar sob o vão da porta, instintivamente eu soube que era coisa sua. As minhas mãos tremeram e hesitei por alguns instantes antes de abrir aquela carta, talvez por medo de perceber que os meus instinos haviam se enganado. Mas, felizmente, era mesmo coisa tua. E eu, saudosista que sou, folheando meu presente, sentia como se um pedaço seu tivesse deixado a capital, atravessado o estado, a fim de me encontrar na minha bucólica cidadezinha do interior.
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Querido Darcy, às vezes me pego pensando que uma palavra, sua ou minha, naquele nosso passado nunca esquecido, teria sido suficiente para mudar a nossa história. A gente tinha tudo pra dar certo, mas, infelizmente, não deu. E depois do fim, eu segui com a minha vida, coloquei um band-aid no coração, um sorriso nos lábios e ficou tudo bem outra vez. Depois disso, aprendi a amar menos, endureci um pouco, o que foi uma pena. E aprendi também que chorar alivia o coração.
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Confesso, ainda lembro muito de ti, sem rancor, sem tristeza, e com aquele saudosismo que me é inerente. Não se preocupe, o meu coração foi bem treinado e só guarda coisas boas de ti. Sabe, penso sempre que um dia a gente vai ser encontrar de novo, e então tudo vai ser mais claro, sem tantos medos bobos nem situações mal resolvidas. Quem sabe a vida para de nos sacaner e as coisas começam finalmente a dar certo pra nós!? =)
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ps: se a gente tiver que se encontrar, aqui ou no Japão, a gente se encontra! :)
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Com toda a minha saudade e carinho de sempre,
Lisa.
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