quarta-feira, 13 de junho de 2012

Aos 22, acho que endureci um pouco...

Eu já prometi esperar para sempre por uma pessoa que morava em uma cidade distante da minha e que eu tinha acabado de conhecer, e em troca recebi uma promessa de amor eterno. Eu tinha 13 anos, ele 16, e nós realmente esperamos um pelo outro, e pra nossa sorte, a promessa foi cumprida e nos amamos eternamente por longos anos.
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Eu ouvi o primeiro “te amo” da minha vida desse rapaz a quem jurei amor eterno, aos 13 anos, no meio de um suspiro, bem baixinho, ao som do "último romântico" do Lulu Santos. Eu não entendi direito e o fiz repetir. Quando ouvi, falei milhares de vezes "eu também te amo, te amo, te amo, te amo, te amo.” Eu nunca tinha dito antes, e falei tudo isso sem medo e acreditando na reciprocidade do sentimento. Era sincero, eu sei.
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Eu já passei uma madrugada inteira acordada na beira da praia ao lado desse namorado que morava longe só para conversar e matar a  saudade de tantos meses sem vê-lo.
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Eu já decorei o "soneto da fidelidade" só para recitá-lo pra quem eu gostava em um dia dos namorados.
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Eu já gravei um cedê de MP3 com todas as músicas que tinham a ver com a minha história com um namorado, e fiz um encarte personalizado com todas as nossas fotos, só porque ele passou no vestibular e ia embora, como se fosse um pedaço nosso que ele levaria para não sentir falta.
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Eu já sacolejei por horas dentro de ônibus desconfortáveis só para dividir algumas boas risadas e uns drinks com alguém muito querido. E as alegrias do momento sempre costumavam fazer as viagens desconfortáveis valerem a pena.
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Eu já recebi um cartão de natal destinado a "Charlize Theron", tendo como destinatário "Keanu Reeves", dizendo que quando a pessoa olhava em meus olhos, se sentia melhor, pois naqueles dias de "Doce Novembro" eu tinha sido seu anjo azul. E eu o guardei por muito tempo, como se fosse um amuleto que sempre me fazia rir nos dias ruins.
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Eu já vivi um romance de verão e com um moço bonito que me disse uma vez que para viver de verdade a gente precisava arriscar algumas coisas na vida. E eu arrisquei, e cheguei até a cogitar aceitar o convite que ele havia me feito de largarmos tudo em um fim de semana qualquer e fugir "pra Califórnia, pra viver a vida sobre as ondas e ser artista de cinema". :)
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E quando olho para trás percebo que eu já fui bem mais romântica do que sou hoje, e bem mais confiante na sinceridade dos sentimentos alheios, mas acho que endureci um pouco quando pessoas de caráter duvidoso cruzaram o meu caminho. Como diria meu autor preferido e grande conhecedor da alma feminina, "desacreditei muito das coisas, sobretudo das pessoas e suas boas intenções". E apesar de rir e fingir não me importar, eu me importo sim, pois perdi o que mais gostava em mim, a capacidade de me envolver sem medo. Eu gostava muito de quem eu era, e gosto de lembrar de quando as coisas eram assim, tão mais simples e sinceras.
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Aos 14 anos, comemorando 1 ano de namoro com
o moço desconhecido que me jurou amor eterno. :)

1 comentário:

Fique mais um segundo... disse...

Oi, Sam, bom dia!!
O texto é relativamente longo. Principalmente para quem lê palavra por palavra em busca de sentido por sentido e essência por essência, atrás de resposta por resposta...
Então, esta última meia hora foi dedicada a esse texto seu. Muito bem gasta! Uma meia hora de riso, de sonho, de assentimento de cabeça, de reflexão, de admiração intensa e profunda, pois te admiro intensa e profundamente a cada texto.
Já fiz algumas dessas coisas, mas só me apaixonei uma vez, aos 17 anos. Perdi para uma mudança inesperada, e jurei que só me apaixonaria de novo quando fosse para ficar de vez. Então, não conheço a desilusão que se instalou no mundo, por não serem confiáveis as pessoas ou suas palavras. Mas quero crer, creio e insisto em que há de existir mais que mentirosos, ou superficiais ou egocêntricos no mundo. Certamente, sim. E então, alguém ainda pode se apaixonar mil vezes, uma por mês, uma por dia, sempre pela redescoberta da mesma pessoa, do mesmo mas multifacetado amor.
Um beijo carinhoso
Doces sonhos
Lello
P.S. - Linda aos treze anos.