Com o tempo a gente esquece que as duas horas que passamos no banho vão atrasar a leitura dos cinqüenta e três artigos que precisavam ser lidos para uma prova no dia seguinte, e se lembra como foi delicioso tomar um banho demorado depois de passar a tarde inteira debruçada sobre processos e correndo contra os prazos, porque a prova no outro dia é tão somente mais uma prova. Com o tempo a gente esquece a reserva que fez no restaurante mais badalado da cidade, e passa uma tarde inteira comendo brigadeiro de colher. E, às vezes, também se esquece que aquele petit gateau maravilhoso possui milhares de calorias, e que faltou sal na pipoca, e que acabou o pão integral – e não se importa, porque não faz mal passar um dia sem pão integral, porque sal demais aumenta a pressão, e porque comer aquele petit gateu uma vez na vida não vai fazer disparar os ponteiros da balança. Com o tempo a gente esquece que a película do carro não é tão escura, e que quando paramos no sinal as pessoas reparam nas caras, bocas e danças que a gente faz enquanto canta junto com a música.
Com o tempo a gente se esquece de ligar o computador, carregar o celular e perder tempo em frente à TV, e dá vontade de passar uma tarde inteira na beira da praia tomando água de côco e jogando conversa fora, ou de ficar em casa com o corpo largado no sofá, curtindo um abraço e uma taça de vinho. Com o tempo a gente esquece que acabou de secar o cabelo e descobre que bom mesmo é se aventurar por entre os pingos d’água, é lavar a alma numa chuva inesperada. Com o tempo a gente esquece como se faz as malas, porque descobre que não é preciso mais do que disposição e um sorriso no rosto para fazer de uma viagem algo inesquecível. Com o tempo a gente esquece o relógio, o que passou, o que virá, e começa a viver o presente sem pressa do futuro. É que, com o tempo, a gente pára de se importar tanto com os espinhos e começa a apreciar a beleza da flor, e a gente se dá conta do que nos faz feliz, e a gente se lembra da gente. E disso, quando a gente lembra, a gente nunca mais se esquece.
Com o tempo a gente se esquece de ligar o computador, carregar o celular e perder tempo em frente à TV, e dá vontade de passar uma tarde inteira na beira da praia tomando água de côco e jogando conversa fora, ou de ficar em casa com o corpo largado no sofá, curtindo um abraço e uma taça de vinho. Com o tempo a gente esquece que acabou de secar o cabelo e descobre que bom mesmo é se aventurar por entre os pingos d’água, é lavar a alma numa chuva inesperada. Com o tempo a gente esquece como se faz as malas, porque descobre que não é preciso mais do que disposição e um sorriso no rosto para fazer de uma viagem algo inesquecível. Com o tempo a gente esquece o relógio, o que passou, o que virá, e começa a viver o presente sem pressa do futuro. É que, com o tempo, a gente pára de se importar tanto com os espinhos e começa a apreciar a beleza da flor, e a gente se dá conta do que nos faz feliz, e a gente se lembra da gente. E disso, quando a gente lembra, a gente nunca mais se esquece.
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"Coisa simples é lindo, e existe tão pouco"... :)
"Coisa simples é lindo, e existe tão pouco"... :)