quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Mentiras sinceras não me interessam...

Uma vez Renato Russo disse com uma sabedoria ímpar: "digam o que disserem, o mal do século é a solidão". Não acredito nisso, para mim o verdadeiro mal do século é contentar-se com pouco por medo da solidão. E nos dias atuais está praticamente impossível encontrar alguém para viver uma relação de verdade. 
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Eu não consigo me acostumar com a fugacidade dos relacionamentos atuais. Combino comigo mesma que quero ser alguém menos sonhadora, menos romântica, que espera menos das pessoas, promessas feitas em vão. Eu devo ter lido a muitos romances quando criança, só pode, ou talvez essa minha mania de romancear se dê ao fato de, logo no início da vida, ter tido a sorte de viver "um amor tranquilo". Pode soar demodê, brega, cafona, mas eu ainda acredito em sentimentos verdadeiros, em poder estar ao lado de alguém só para andar de mãos dadas, fazer carinho na cabeça, olhar fundo nos olhos e escutar "com você eu estou exatamente onde queria estar". Acredito que todo mundo merece um amor de verdade, daqueles que nunca se viu igual, daqueles que nunca mais se terá. Mesmo que ele demore a acontecer, demore a chegar, demore a ser amor, um dia ele vem. 
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Eu não quero alguém que eu tenha que me entregar pela metade, nem quero receber metade de ninguém. Eu quero olhos brilhando em minha direção e quero aquela certeza de que ao meu lado a pessoa realmente está onde queria estar. Menos que isso não me interessa.
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ps:. se não for para voar bem alto, por favor, não me faça tirar os pés do chão.

1 comentário:

Fique mais um segundo... disse...

Oi, Sam, bom dia!! (Aqui já seria boa tarde, agora.)
Seu texto tem vários pontos interessantes. Mas eu vou focar na questão da origem. 1. Nesse caso, Renato tem mais razão, pois você apresenta o mal do século como contentar-se com pouco "por medo da solidão". A origem seria, então, a solidão mesmo. Ela seria quem causa esse baixo padrão de relacionamento existente. Aceita-se qualquer migalha para não se andar em companhia dela. Mas eu me atrevo a acrescentar um pensamento ao do Renato e o seu: o século é muito grande para ter em destaque apenas um mal, mas é certo que um dos maiores males do século é o vazio. O ser humano a cada dia mais se esvazia de si, de seus valores, de suas referências. Quando se esvazia de si, cria a solidão. Quando se esvazia de seus valores, cria a descartabilidade. E quando se esvazia de suas referências, fica perdido, andando a esmo e fazendo o que lhe parece melhor, sem qualquer direção. A solidão só sufoca quem não se basta como pessoa. Só precisa aceitar migalhas quem não se ama. E só segue a onda quem não tem opinião própria. Eu estou só há três anos, mas espero a pessoa certa, sem pressa. Enquanto isso, eu me basto. Me basto mais do que estar com a errada. O relacionamento verdadeiro existe sim, não é impossível, de jeito algum. Apenas que, quanto mais se aceita migalhas, mais se corrompe os que restam. É como o clássico de Sakespeare, Romeu e Julieta: como os que querem um relacionamento só encontram as que aceitam migalhas, eles desistem de relacionamento; e como as que querem relacionamento se ocupam dos que só oferecem migalhas, nunca estão livres para quem quer relacinamento.
Você diz com grande sabedoria: "mentiras sinceram não me interessam..." Não deveriam interessar nunca, a ninguém.
Um beijo carinhoso
Doces sonhos
Lello