sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Closer - perto demais!

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Daí eu inventei de assistir Closer, num dia em que dava pra matar alguém só com aquele olhar fulminante de “a culpa é sua”.
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O filme é um dos meus favoritos, justamente porque me traz de volta à realidade de que todo mundo adora uma boa mentira, como Alice diz em determinado momento. Ninguém suporta a verdade o tempo todo, ainda mais em seu modo mais cruel e cortante. Closer, que poderia muito bem ser uma história de amor bobinha sobre dois casais que vivem se trocando mas no final se entendem, abstrai as cenas gratuitas, o cotidiano açucarado que todo mundo gosta de ver, e mostra só aqueles momentos em que as coisas mudam e doem. Quando as pessoas falam a verdade. Quando as traições são confessadas sem pedidos de desculpas, quando a dor mais guardada lá no fundo vem à tona. Quando um dos dois vai embora.
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E a gente torce tanto pra eles darem certo. Não importa quem com quem, porque em determinado momento, todos amam, todos são o sexo frágil, todos precisam do outro, do que está indo embora. E é aí que se vê que nada no mundo é absoluto, nem o amor que a gente pensa e quer que seja pra sempre. Eu fiquei imaginando o que seria do desfecho do filme se ninguém dissesse a verdade, se Dan, Alice, Anna e Larry agissem como pessoas normais e simplesmente mentissem, pra o bem da relação. Mas aí tem aquele momento em que você não aguenta mais, que mentir pra agradar o outro é anular a si próprio, que não dá mais pra se importar com sentimentos alheios, que isso sufoca demais.
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Closer começa com amor à primeira vista, termina com… não, eu não vou dizer como termina. Nem sei direito na verdade. Só não termina em beijo. Começa e termina com a mesma música. Incomoda. Deixa um nó na garganta, uma vontade de chorar, um medo estranho de dizer a verdade, mas ao mesmo tempo a vontade de jogar em cima do outro toda a culpa de tudo, todas as mínimas coisinhas que, a seu ver, ele fez pra que seu amor acabasse. A verdade, enfim. Ou de se encolher dentro do outro e esperar que fique tudo bem. Eu, particularmente, prefiro a segunda opção.

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"Dan: O que você faz quando não ama mais?
Alice: "Eu não te amo mais. Adeus!".
Dan: E você o deixa desse jeito?
Alice: É a única maneira de deixar. "Eu não te amo mais. Adeus ".
Dan: E se você ainda o amar?
Alice: Você não o deixa.
Dan: Nunca abandonou ninguém que ainda amava?
Alice: Não."

1 comentário:

Iza disse...

Desculpa, eu não te conheço e nem você me conhece, mas, peguei o costume de sempre vir curiar seu blog.
Me apaixonei por ele, você fala tanta coisa que eu gostaria de dizer e não sei, muita coisa que eu vivi... e quando eu me deparei com esse texto fiz: Vou comentar.
Vários motivos agiram pra eu fazer isso... O filme, creio que já assisti pelo menos umas 3 vezes e acho ele simplismente fascinante.
Quem nunca mentiu por amor, mesmo sabendo que é a coisa mais feia do mundo e que condenamos tanto... As idas e voltas, a idéia do para sempre 'mesmo sabendo que o pra sempre sempre acaba' e o nó na garganta ao tocar a música tema, a vontade de chorar que eu não reprimir nenhuma das vezes, rs.
Parabéns, belo texto, garota.
E se me permite, visitarei sempre e comentarei.
beijos.